PEDINTES
O mendigo pede esmola ou usa "uniforme" para pedir.
Umas caras esguias, com idade avançada pediam uns trocados em tardes de sol, de porta em porta pelas aldeias.
Paravam junto ao portão de entrada lamentando-se da vida, puxavam o assunto, contavam as dificuldades, e pediam que lhe dessem alguma coisinha.
Terminavam: “Deus o favoreça pelas alminhas que Deus lá tem”.
Contavam histórias da vida, que cresceram órfãos e sempre “primeiro Jesus, depois o dinheiro.
Outros havia que atrás de dinheiro fácil, se fantasiavam com uma roupa surrada ou então vestiam terno e gravata para impressionar.
Vale fazer cara de pelo amor de Deus com criança no colo, cantarolar, ou até usar cadeira de rodas mesmo sendo capaz de andar.
"Uma ajudinha para comer. Deus te abençoe", agradece.
Com passos curtos, mão estendida e feição de desamparada, é raro não ser atendido.
O pedinte não culpa a paralisia nas pernas por não ter tido um emprego formal. "Na verdade, o problema é a falta de instrução."
"Sete anos desempregado. Peço uma ajuda. Agradeço!" A mensagem na placa amarela que o senhor de barba branca carregava no pescoço enquanto caminha, mostrava mesmo ser pobre.
Eram pobres que percorriam as aldeias, ficavam muito tempo em albergues e uns saíam, pois não podiam tomar uma bebida alcoólica nesses abrigos. Esses apontavam para a garrafa e respondiam: “Só pinga” e ainda havia que diziam “Embora eu vou só quando morrer!”, e continuavam a pedir umas moedas.
Todos tinham um sonho, o de terem uma casa.
Mas a verdade é que a maioria acha que não só os pobres vão ser pedintes nos próximos tempos que vamos atravessar.
O país e uma grande parte da sociedade, pensa que actualmente vai ter que virar pedinte e Portugal vai também ter de pedir.
Vamos então participar, em acções ou campanhas de solidariedade para com aqueles que sofrem as maiores dificuldades económicas, caso contrário todos teremos a perder e mais tarde ou mais cedo poderemos virar pobres indigentes como nos anos cinquenta.
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